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O Grupo Ser Educacional informou no último domingo, 13, que irá assumir todas as operações brasileiras do grupo educacional Laureate, que pertence a UNP e diversos outros núcleos de ensino. A transação será de cerca de R$ 4 bilhões.

O negócio será pertinente a 100% da operação da Laureate. O grupo Ser pagará R$ 1,7 bilhão em dinheiro e assumirá uma dívida líquida de R$ 623 millhões. E ainda, para completar o valor, a Laureate receberá ações da nova companhia correspondente a 44% das ações, em valor de R$ 2 bilhões.

Janguiê Diniz, fundador e presidente do conselho Ser Educacional, seguirá como acionista majoritário da companhia, com 32,1% da empresa.

O grupo Ser já tinha comunicado o interesse da compra há algum tempo. A companhia avalia o potencial da transação abrangendo os ativos do Grupo Laureate em solo brasileiro. Com a aquisição da Laureate,  a Ser figura como o quarto maior grupo de ensino superior do país, com 450 mil alunos, mais de 100 campi e cerca de 500 polos de ensino à distância em todos os estados brasileiros.

Todavia, a compra precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Laureate pode aceitar uma nova proposta até o dia 13 de outubro.

Laureate

A Laureate é dona de universidades como Anhembi Morumbi e FMU (em São Paulo), IBMR (no Rio) e UNIFACS (em Salvador).  A estrutura da operação sugere que a Laureate será um investidor passivo na companhia, e que eventualmente sua posíção na Ser será vendida ou distribuída a seus acionistas.

Nos últimos 12 meses, a Laureate teve um EBITDA de cerca de R$ 400 milhões no Brasil, comparado a R$ 320 milhões da Ser no mesmo período.

No mês de janeiro, o board da Laureate autorizou a empresa a explorar alternativas estratégicas para cada um de seus negócios, incluindo vendas, cisões ou combinações de negócios. A Laureate já iniciou oiu concluiu processos para vender seus negócios no Peru, México e Austrália / Nova Zelândia.

Na sexta-feira, 11, a companhia anunciou a venda de sua operação no Chile e de uma universidade nos EUA — a Walden University, vendida por US$ 1,48 bi à Adtalem.

Bank of America assessorou a Ser, que recebeu aconselhamento jurídico do Milbank LLP e Pinheiro Neto. Goldman Sachs assessorou a Laureate. Veirano Advogados, Demarest Advogados, Campos Mello Advogados, Simpson Thacher & Bartlett LLP e Jones Day assessoraram a companhia.

Questões de mercado

De acordo com o Morgan Stanley, a Ser está investindo 10 vezes o EV/Ebtida de 2020, valor um pouco acima da estimativa do banco, que ficava em R$ 3,6 bilhões, ou seja, 9 vezes. Todavia, o montante é quase metade do que era considerado justo antes da pandemia do novo coronavírus, US$ 1,3 bilhões.

Em levantamento divulgado, a instituição financeira revelou que o negócio é ousado e potencialmente transformador para a Ser, que pode vir a se tornar um player nacional de muita importância, com marcas fortes em distintas regiões do país.

Na visão do banco, a Ser pode elevar as margens Ebitda da Laureate de 15% a 18% para 25% e 30% em poucos anos. E mais, o Morgan acredita que o acordo pode ser fechado em 2021.