O governo desistiu de procurar um sócio privado para a finalização da usina nuclear de Angra 3. A decisão foi informada na última quarta-feira, 10, através do Ministério da Economia, que comunicou que o término das obras deve ser realizado através da contração de uma empresa pela estatal Eletronuclear.

Em reunião do conselho do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), também aprovou a relicitação do aeroporto de Viracopos, localizado em Campinas, SP. A concessionária ABV, que administra o local, vem enfrentando uma grave crise financeira.

A usina de Angra 3 foi incluída no PPI em julho de 2019. O objetivo do governo era encontrar um parceiro no setor privado, que teria participação de até 49% no empreendimento. A União continuaria sendo majoritária no negócio por possuir monopólio da exploração nuclear.

A ideia era que esse parceiro contribuísse com os recursos necessários para a conclusão da usina, obra parada em 2015 após descoberta de esquema de corrupção pela Operação Lava Jato.

De acordo com a secretária especial de PPI, Martha Seillier, o governo fez sondagens no mercado e não houve apetite para que seja firmada uma sociedade com o governo. Segundo ela, o empreendimento precisa respeitar regras direcionadas a estatais, o que criou resistência entre investidores.

“É possível concluir a usina de Angra 3, mas, não sendo possível fazê-lo com um sócio privado, e sim com um contratado privado, nós recomendamos que a continuidade dos estudos relativos a Angra 3 seja tratada no âmbito do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética)”, disse.