A Lufthansa está negociando um pacote de resgate de 10 bilhões de euros por meio do qual a Alemanha assumiria 25,1% de participação na empresa aérea. Deste total, 5,5 bilhões de euros seriam na forma de capital sem direito a voto, pelos quais o governo alemão quer um cupom de 9%.

Outros 3,5 bilhões em empréstimos seriam providenciados pelo banco estatal Kreditanstalt für Wiederaufbau (KFW), acrescentando que Bélgica, Áustria e Suíça podem contribuir com o pacote de resgate.

O tamanho da participação do governo alemão, contudo, incluindo se o acordo será fechado sob participação silenciosa, que limita o controle do Estado na companhia, além de quantos assentos seriam ocupados no Board ainda estão em análise.

Como diversas outras companhias aéreas ao redor do mundo, a Fufthansa que terá seu futuro nos próximas dias, está enfrentando uma crise que jugou por terra anos de expansão na aviação. A empresa já diminuiu sua frota e fechou a Germanwing, sua low-cust, para ajudar o grupo a um mercado de viagens que já vem enfrentando dificuldades há muito tempo e que pode durar muitos anos ainda.

Mas não é apenas a empresa alemã de aviação que espera que tudo volte à normalidade em breve. Um levantamento realizado pela Associação Internacional do Transporte Aéra (Iata) mostra que 40% das pessoas que viajaram recentemente dizem que vão esperar pelo menos seis meses após o momento que o coronovírus seja contido antes de voltar a fazer outra viagem.

Fontes relatam que a companhia aérea entende que lhe falta poder para fazer pressão nas negociações com a Alemanha, e o que acordo deve ser finalizado de acordo com a proposta desenhada pelo governo. A ideia da Lufthansa recorra a uma recuperação judicial é improvável, por conta do prejuízo que isso traria para a reputação da empresa.

Carsten Spohr, diretor executivo do grupo já comentou que a companhia necessita de ajuda financeira do governo, e não no auxílio na gestão. “Uma dívida muito alta minaria a competitividade da empresa por anos,” comenta o diretor. Spohr ainda revela que o negócio deve retomar no fim de setembro e que a companhia está dobrando sua meta anual de redução de custos.

Outras questões

Foi revelado através do sindicato dos pilotos da Lufthansa que seus afiliados estavam dispostos a abrir mão de até 45% de seus salários, caso a companhia se comprometa em não solicitar proteção judicial.

Especula-se que o governo austríaco também teria interesse em adquirir uma parcela da empresa alemã. O braço da companhia na Áustria pediu ajuda de 800 milhões de euros ao estado, sendo que deste total, € 300 milhões podem ser em ações, com o restante em empréstimos, garantias e subsídios não reembolsáveis.

Na última quarta-feira, (29) Spohr se reuniu com Sebastian Kurz, cancheler da Aústria, que solicitou garantias para manter eventualmente aumentar o aeroporto de Viena como hub para a companhia aérea.

Fonte: Época

Assista ao nosso vídeo e saiba mais sobre gestão de crise: