No ano passado, após enfrentarem grandes desafios com eventos envolvendo empresas como Americanas, Light e outras, os fundos que investem em ativos de crédito conseguiram se recuperar e estão conquistando cada vez mais a atenção dos investidores. Isso fica evidente pelas captações líquidas (depósitos menos resgates) de R$ 31 bilhões nos fundos de renda fixa com crédito na carteira durante o primeiro trimestre, correspondendo a aproximadamente um quarto (24%) do total de depósitos líquidos feitos em fundos de renda fixa, que atingiram R$ 131,7 bilhões entre janeiro e março deste ano. Essa classe foi a que mais se destacou em termos de entradas líquidas nos primeiros três meses do ano.

A Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta semana. Para realizar o cálculo, foram consideradas as quatro subclasses de fundos de renda fixa que investem em crédito. Além disso, o volume alocado em fundos de crédito superou o registrado entre outubro e dezembro do ano passado, quando houve entradas líquidas de R$ 27,5 bilhões.

No primeiro trimestre, os fundos de renda fixa duração livre crédito livre lideraram em termos de depósitos líquidos, atingindo um volume líquido de R$ 29,4 bilhões. Um dos possíveis fatores que contribuíram para essas captações são os retornos oferecidos pelos produtos, com destaque para os fundos renda fixa duração média crédito livre, que alcançaram ganhos médios de 3,33% nos três primeiros meses do ano, superando o CDI acumulado de 2,62% no mesmo período.

Apenas a subclasse fundo de renda fixa duração alta crédito livre registrou retornos médios abaixo do CDI, totalizando 2,54% nos três primeiros meses do ano. Todas as informações mencionadas acima são baseadas em dados da Anbima. 

Os especialistas internos também destacaram o significativo fluxo de captação para essa classe, enfatizando que tal movimento foi impulsionado por medidas regulatórias recentes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Estas medidas restringiram as emissões de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), bem como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Imobiliário (CRIs).

Além disso, os especialistas observaram um certo otimismo em relação à economia local, o que tem intensificado a busca por ativos de risco e resultou em melhorias nos fundamentos financeiros das empresas brasileiras, conforme resumido pela equipe de análise da gestora em sua comunicação.