A poucos dias da virada do ano, entidades de diversos setores trabalham para checar os resultados obtidos pelas empresas, além de projetar estimativas para 2023. Nesse cenário, a ABF (Associação Brasileira de Franchising) calcula que o mercado de franquias deve encerrar 2022 com uma expansão de 7% no número de unidades e de 5% no número de empregos gerados no país.
Além disso, a entidade prevê R$ 207 bilhões em receita, 12% a mais do que o valor alcançado no último ano. No primeiro semestre, o faturamento do setor aumentou 12,9% em relação a igual período de 2021, passando de R$ 81 bilhões para R$ 91,4 bilhões, como mostra uma publicação da CNN Brasil.
É nesse contexto que, para Lucas Romi, sócio e vice-presidente de expansão e novos negócios da Odontoclinic, franquia de clínicas odontológicas, o franchising se mostra uma alternativa para os novos empreendedores e pode ser uma escolha assertiva sobretudo para quem deseja iniciar 2023 com um novo negócio com o apoio de familiares.
Para Romi, o empreendedorismo em família tem uma proposta de valorização da cultura e isso traz solidez ao longo dos anos: “Empreender em família tem tudo a ver com conduzir negócios entre os familiares e passar isso de geração em geração”.
Entre as vantagens de empreender em franchising com a família, o empresário destaca que os negócios familiares possibilitam o comando centralizado, que acaba tornando as coisas mais fáceis.
“Em um empreendimento familiar, o retorno do investimento se volta para a própria família. Em um negócio do gênero, a estrutura é enxuta e favorece o fortalecimento de laços e a progressão humana e financeira em conjunto”, afirma. “Em uma empresa de família, todos esses aspectos se entrelaçam e fortalecem a relação ao longo do tempo”. complementa.
Inclusive, segundo Romi, em um negócio familiar o fortalecimento dos laços perpassa na relação com os colaboradores, pois esse tipo de negócio apresenta baixa rotatividade de profissionais e confiança entre os funcionários.
Divisão de funções e expansão
Assim como em uma empresa tradicional os departamentos são bem definidos, em uma empresa familiar é importante que as posições e entregas estejam bem alinhadas, explica Romi. Isso evita qualquer tipo de cobrança desnecessária ou atritos.
“Um ponto forte de um negócio familiar é dividir as responsabilidades. Isso faz com que as individualidades sejam mantidas e respeitadas no dia a dia”, afirma.
Segundo o sócio e vice-presidente de expansão e novos negócios da Odontoclinic, também é possível ampliar o negócio sob o comando de um dos membros da família, que passa a assumir uma nova franquia – o que garante a expansão e a continuidade do negócio, além de manter a essência e o propósito alinhados.
Emocional versus profissional
Apesar de todos os pontos positivos de um negócio familiar, é necessário prestar atenção a alguns elementos que podem estar presentes nesse tipo de negócio, acrescenta Romi. “O emocional pesa bastante na condução das empresas familiares, e por isso pode ser um ponto de conflito. Nesse momento, é importante separar o lado familiar do lado profissional”.
De acordo com o empresário, outro tema fundamental é a gestão do negócio, que pode enfrentar problemas de governança e ser “um pouco menos” profissional. “A qualidade é um fator que pode sofrer. Por isso, é necessário ter a mentalidade de planejar, executar e melhorar os processos, as entregas e os produtos”, finaliza.