À frente da infraestrutura de pagamentos por trás de fintechs, contas e bancos digitais, o FitBank despertou em 2020. No último ano, a empresa brasileira teve seu nome em destaque ao anunciar um aporte do J.P Morgan.

Recentemente, a fintech voltou a ter seu nome nos holofotes: anunciou a captação de um investimento de R$ 30 milhões, com a participação da brasileira CSU, empresa focada nas áreas de cartões, meios de pagamento e de soluções para fidelização e incentivo de clientes.

Na rodada, a CSU responderá pelo montante de R$ 10 milhões, em troca de uma fatia minoritária na operação. Os R$ 20 milhões restantes serão aportados pela FitBank Holdings, veículo que reúne os sócios pessoas físicas que já investiram na startup desde a sua fundação, em 2015.

Esse time reúne nomes como Marcelo Maisonnave, Pedro Englert e Eduardo Glitz, ex-sócios da XP; e Alejandro Vollbrechthausen e João Chacha, ex-executivos do Goldman Sachs. Com o investimento, o FitBank está sendo avaliado em R$ 280 milhões.

Otavio Farah, cofundador e CEO do FitBank, revela que com o J.P Morgan e a CSU, a empresa está fechando um segundo de sócios estratégicos em busca de fomentar o crescimento.

Questionado sobre o que tanto atraiu essa relação de sócios e investidores de renome, Farah não titubeia. “Desde a nossa primeira linha de código, somos extremamente voltados ao produto e fomos mostrando que entregamos o que prometemos”, destaca. “Com isso, nós conseguimos trazer sócios que completam nossas capacidades, mas que, ao mesmo tempo, precisam do produto que criamos.”

A tal entrega a qual o empreendedor se refere pôde ser comprovada pela CSU. “Nós percebemos isso ao vivo e a cores”, afirma Ricardo Leite, diretor de RI e M&A da CSU, que passa a ocupar um assento no board da fintech, ao lado dos demais sócios.

Durante as negociações para o investimento, a CSU solicitou uma conversa com algumas empresas atendidas pelo FitBank. “Eles fizeram a ponte e falamos com alguns dos grandes clientes”, diz o diretor da CSU. “E todas as manifestações foram absolutamente positivas.”

O início da busca da CSU por esses ativos coincidiu justamente com o aporte do J.P. Morgan no FitBank. “Quando soubemos, entramos em contato para apresentar outra oportunidade”, afirma Leite. “Nós provocamos o FitBank e fomos bem acolhidos desde o primeiro momento.”

Entre as primeiras conversas e a conclusão do investimento, as duas empresas identificaram uma série de sinergias. O que, a partir de agora, irá se traduzir em uma relação que vai muito além do investimento realizado.

“Essa relação que nós construímos tem um peso muito maior do que o aporte”, observa João Chacha, sócio do FitBank. “O acordo envolve parceria comercial, desenvolvimento de produtos e uma oferta ampla e complementar para os clientes das duas casas.”

Nessa combinação, o FitBank entra com um modelo de Banking as a Service, no qual atua como provedor da infraestrutura para empresas – financeiras ou não – dispostas a atuar como fintechs. Entre outras ofertas, o portfólio inclui toda a gestão de pagamentos, tesouraria e liquidação.

A empresa atende cerca de 130 clientes, em 19 segmentos da economia. Essa carteira se conecta, na ponta, a 35 milhões de usuários. Atualmente, por meio dessa base, a plataforma do FitBank está por trás de uma movimentação mensal de R$ 2,3 bilhões.

Listada na B3, avaliada em R$ 664,7 milhões e dona de uma receita líquida de R$ 456,9 milhões em 2020, a CSU tem uma base de aproximadamente 80 clientes. Além de serviços de terceirização de tecnologia, a empresa fornece ferramentas para segmentos como programas de fidelidade. Seu negócio principal, no entanto, é o processamento de cartões.

É nessa última área que o FitBank enxerga mais ganhos com a nova sócia. “A indústria de cartões é briga de cachorro grande”, diz Farah. “Por isso, nós começamos no que pouca gente fazia, com operações satélites ao cartão. A ideia era explorar essa área quando já tivéssemos mais porte.”

Em contrapartida, a CSU entende que o FitBank traz a possibilidade de encurtar o caminho para o desenvolvimento da sua oferta própria de Banking as a Service, fruto de um direcionamento recente da companhia.

Fonte: NeoFeed.