Os últimos relatórios de importantes instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, confirmam uma tendência crescente para este ano: a economia global está se normalizando após anos de instabilidade provocada pela pandemia e conflitos.

Esse processo de recuperação econômica tem sido impulsionado principalmente pelos Estados Unidos e pelos mercados emergentes, incluindo o Brasil.

Nos Estados Unidos, a maior economia mundial, o crescimento anualizado alcançou 2,8% no primeiro semestre de 2024, marcando uma aceleração em comparação com os últimos dois anos, quando o crescimento foi de 1,9% em 2022 e 2,5% em 2023. Economistas esperam que a economia americana possa se acelerar ainda mais, especialmente após a recente sinalização do Federal Reserve sobre possíveis cortes nas taxas de juros, o que pode impulsionar o crescimento.

No Brasil, o crescimento econômico no primeiro semestre de 2024 superou a previsão do FMI para o ano, de 2,1%, alcançando 2,5%.

O crescimento de 1,4% no segundo trimestre, comparado aos primeiros três meses do ano, foi ligeiramente superior à expectativa dos analistas de mercado, que esperavam um aumento de 0,9%. Apesar disso, tanto o ritmo atual quanto a previsão do FMI são inferiores ao crescimento do PIB registrado nos últimos dois anos, que foram 3% em 2022 e 2,9% em 2023.

Economia Global: Estabilização com crescimento desigual

A economia global está se estabilizando após quatro anos de flutuações severas devido à pandemia de covid-19. Em 2020, o surgimento do vírus globalmente levou a fechamentos de empresas, quarentenas e demissões massivas. No ano seguinte, com a chegada das vacinas, muitas restrições foram aliviadas e a economia começou a se recuperar, embora de forma irregular. A pandemia causou um aumento significativo nos gastos públicos e endividamento, o que, aliado à desorganização das cadeias de produção globais, contribuiu para um aumento da inflação na maioria dos países.

O ciclo de aumento das taxas de juros que se seguiu, atingindo níveis recordes em quatro décadas, está aparentemente chegando ao fim. Indermit Gill, economista-chefe e vice-presidente do Banco Mundial, afirmou: “Após quatro anos de tumultos causados pela pandemia, conflitos, inflação e aperto monetário, parece que o crescimento econômico global está se estabilizando.” Segundo a OCDE, a perspectiva global está melhorando, com a inflação caindo mais rapidamente do que o esperado e a confiança do setor privado se fortalecendo.

Ainda assim, a recuperação econômica global é desigual. A OCDE observou que o crescimento é mais modesto em muitas economias avançadas, especialmente na Europa, enquanto os Estados Unidos e vários mercados emergentes, como o Brasil, apresentam crescimento mais robusto. Indermit Gill destacou que, embora o crescimento global esteja se estabilizando, as economias mais pobres enfrentam grandes desafios, incluindo alta dívida, restrições comerciais e eventos climáticos dispendiosos.

O Banco Mundial também alertou para a desigualdade do crescimento econômico na América Latina. Embora o Brasil e o México estejam mantendo uma confiança empresarial positiva e a Colômbia mostre sinais de melhora, a Argentina enfrenta uma contração econômica significativa. Apesar dos sinais de recuperação, ainda existem riscos, especialmente com a redução das taxas de juros e temores temporários de recessão, como evidenciado pelos recentes dados negativos de desemprego nos Estados Unidos.

Fique atento as nossas publicações no instagram e no programa Morning Call para saber todas notícias e ficar por dentro de tudo que acontece através dos nossos especialistas: