O volume de investimentos em startups caiu 44% no primeiro semestre de 2022, comparado com o mesmo período do ano passado.

As demissões em massa têm assombrado o glamour das startups. O cenário de inflação global, alta de juros, pandemia e, ainda, somados à Guerra da Ucrânia, trouxeram mudanças quanto ao futuro das startups — e as que já estavam mais consolidadas no mercado, em estágio pré-IPO, foram as que mais sentiram as consequências.

Crise dos unicórnios: saiba mais sobre a onda de demissões das startups

Na primeira metade de 2022, cerca de US$ 2,92 bilhões foram investidos em 327 startups. Em comparação com o mesmo período do ano passado — apesar do período de pandemia, o volume foi de US$ 5,25 bilhões, alocados em 416 negócios. Os dados foram divulgados na última quarta-feira, segundo o relatório semestral da ‘Distrito’. Também, é importante destacar que 2021 foi um ótimo ano para empresas de tecnologia em todos os estágios.

Segundo o mesmo relatório, a queda no número e volume de investimentos foi proporcionada, principalmente, pelas empresas em estágio final: os unicórnios.

Mas, por que “unicórnios”? Caso você não tenha proximidade com a área, é utilizado o termo “unicórnios” para nomear a startup cujo valor de mercado atinge a casa dos bilhões de dólares. E são justamente estas empresas que sentiram mais a evasão dos investimentos.

Saiba mais sobre a onda de demissões das startups

Entre os motivos para este movimento está a mudança de avaliação dos investidores: hoje, a busca não é mais apenas crescer de forma agressiva, mas ter sustentabilidade no crescimento e investir com cautela. Com isto, as reduções no quadro de funcionários e em marketing nos unicórnios são as primeiras ações realizadas.

As incertezas econômicas ainda devem atingir as empresas no segundo semestre deste ano. Ou seja, a onda de demissões pode continuar.

Hoje, o Brasil conta com pouco mais de 20 unicórnios. A lista de empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão inclui nomes como QuintoAndar, 99, C6 Bank, Hotmart e Mercado Bitcoin. O mais famoso desses unicórnios é certamente o Nubank, que agora busca uma nova forma de se reinventar.