É o que mostra a pesquisa “ABES/BR Angels/Solstic Advisors: percepções sobre fusões e aquisições no atual cenário do mercado brasileiro”, realizada em parceria pela Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES), o BR Angels Smart Network, associação nacional de investimento-anjo composta por mais de 150 empreendedores e CEOS, e a Solstic Advisors, empresa especializada em operações de M&A (Mergers & Acquisitions, traduzido do inglês: fusões e aquisições) e em captação de recursos.

Orlando Cinta, fundador e CEO do BR Angels, acredita que as startups têm muito a ganhar com o aumento das fusões e aquisições no país. Para ele, são ótimas oportunidades para os novos empreendedores escalarem seus negócios rapidamente com outras empresas já consolidadas em seus segmentos.

Entre os executivos entrevistados, 13,3% afirmaram ter participado de fusões ou aquisições nos últimos dois anos. Destes, 50% realizaram transações no mercado de TI, enquanto 14,3% escolheram o varejo e outros 14,3% o setor financeiro.

“Nosso levantamento mostra uma aceleração do M&A após a pandemia, o que traz um cenário promissor especialmente às startups e negócios que tragam soluções inovadoras e complementares em diversos mercados”, explica Cinta.

O estudo, realizado em julho de 2021 com 105 executivos de alto escalão, revela que os setores que mais devem anunciar fusões ou aquisições nos próximos meses são tecnologia (66%), e-commerce (5,7%) e logística (5,7%). A maior parte dos entrevistados (35,8%) pretende investir entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões neste tipo de operação.

“As baixas taxas de juros mundo afora e a alta liquidez oferecida por bancos centrais impulsionaram as bolsas de valores e aqueceram o cenário de fusões e aquisições, especialmente em 2020. Essa tendência se mantém”, comenta Flávio Batel, sócio-fundador e CEO da Solctic Advisors.

E mais: de acordo com o estudo, os esforços voltados a fusões e aquisições devem ganhar destaque ao longo dos próximos 24 meses. Para isso, 23,8% dos entrevistados pretendem implementar um programa de Corporate Venture para investir ou adquirir negócios externos iniciantes.

No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer. Hoje, a maioria das empresas participantes do estudo (75,2%) não tem uma área de M&A estruturada. Dos 24,8% que dispõem de uma área voltada para esse fim, 10,5% contam com um departamento externo, apenas 7,6% detém a estrutura internamente e só 2,9% tem uma estrutura dedicada a Corporate Venture.

Fonte: Exame.