A Ethereum, gigante do blockchain no mundo, realizou uma modificação em seu sistema ontem (15) que era esperada há meses. Batizada de The Merge, a atualização se propõe a melhorar o uso por parte dos usuários com impactos que vão desde sustentabilidade passando pela experiência nas transações de criptomoedas.

A Ethereum Foundation estima que a mudança permitirá a redução do consumo de energia da rede em até 99,5%, o que afeta diretamente a venda e o custo do criptoativo. Relatório da XP, publicado em 2021, colocou em perspectiva a relação entre ESG e blockchain, destacando o impacto que a mineração de criptomoedas causa no ambiente.

“A mineração não é o principal desafio frente aos obstáculos a serem enfrentados no combate às mudanças climáticas. Mas é um deles. Fato é que não existe uma bala de prata quando o tema é a redução das emissões de CO2”, destacou o relatório.

Conceito de The Merge

Segundo Ramon Silva, especialista em tecnologia e inovação, The Merge é a atualização mais importante do Ethereum até agora. “Merge, em inglês, significa ‘unir’, e a expressão é mais relacionada ao versionamento de software, em que uma versão se une com a anterior. Portanto, após The Merge, os usuários da rede passarão a usar o Ethereum 2.0 automaticamente, como se um app da Apple Store tivesse sido atualizado.”

Por muito tempo essa mudança foi aguardada pois cada vez mais aplicações estavam sendo construídas na rede e mais usuários a utilizando. Com isso, alguns problemas começaram a ficar claros, desde as altíssimas taxas de gás à falta de escalabilidade e o consumo de energia elétrica.

“Além da sustentabilidade, o The Merge impacta em outros temas, como a escalabilidade. Um dos grandes desafios da rede Ethereum é de escalar o volume de transações por segundo que o blockchain consegue suportar”, explica Ramon.

De acordo com o especialista, um dos destaques da nova versão será também a segurança. “Entre outras mudanças técnicas que tornam o Ethereum 2.0 mais seguro, enfatizo o fato de que ele torna o blockchain mais descentralizado e menos passível a ataques de 51% e 66%.”, conclui.