O Grupo SBF, proprietário da varejista de material esportivo Centauro, comprou a operação da Nike no Brasil. Com a compra, a varejista se torna distribuidora exclusiva dos produtos Nike no varejo online e físico no país por um período de dez anos.

A aquisição custará ao Grupo SBF 900 milhões de reais. O valor está sujeito a ajuste, conforme o grupo informou em comunicado ao mercado financeiro. A compra da subsidiária brasileira da Nike inclui o estoque e as lojas, mas não direitos de propriedade intelectual sobre a marca.

Agora, o Grupo SBF passa a atuar como uma holding, com a Centauro e a Nike do Brasil como unidades de negócios separadas. Pedro Zemel, presidente da Centauro, assume como presidente da holding.

Especializada em artigos esportivos, a marca Nike continuará sendo distribuída a outros varejistas no Brasil, embora ainda não tenha ficado claro os termos desses contratos a partir de agora. A Nike já tinha desde 2017 um contrato preferencial com a Centauro, de modo que os produtos chegavam primeiro na varejista antes de concorrentes.

A compra é vista como uma parceria estratégica por especialistas em varejo. “O grupo dono da Centauro será fornecedor de todo mundo que quiser comprar Nike, que é a marca predileta dos brasileiros. E ainda vai ter o privilégio de fazer lançamentos de produtos e categorias na plataforma deles. É uma grande sacada”, afirma Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores.

Com a compra, a Nike do Brasil passa a ter, por meio da Centauro, maior controle sobre os dados de seus clientes, o que é cada vez mais importante para o desenvolvimento dos negócios das marcas no varejo.

A Nike é a maior marca de artigos esportivos em operação no Brasil. A americana tem 21,9% de participação nesta categoria no mercado brasileiro, enquanto a rival alemã Adidas tem 17,3%, segundo a empresa de inteligência de mercado Euromonitor. Em seguida vem a japonesa Asics (6% do mercado nacional), a brasileira Vulcabrás Azaléia (5,6%) e a japonesa Mizuno (5,5%). O segmento de moda esportiva teve receita de 24,5 bilhões de reais em 2019.

Agora, com a Nike e a Centauro fazendo parte do mesmo grupo nas operações brasileiras, a expectativa é de que a marca americana tenha mais acesso a dados detalhados sobre quem comprou seus tênis e camisetas, como e onde, ao menos nas compras feitas via Centauro. De posse dessas informações, a americana poderá afinar melhor o desenvolvimento e o lançamento de produtos com o desejo do consumidor.

Fonte: Exame