A expectativa que as empresas do setor elétrico vinham compartilhando sobre a retomada do consumo foi confirmada. Segundo dados levantados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica houve um aumento de aproximadamente 2% no Brasil no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado.

Dados de julho a setembro apontam que o período foi o primeiro de 2020 a registrar crescimento do resultado no comparativo anual. Todavia, para o ano, o panorama ainda é que queda, de 2,9%.

Ainda segundo a entidade, a retomada acontece em quase todos os setores de atividades que negociam seu fornecimento no mercado livre, exceto os segmentos de veículos, com redução de 8,7%, transportes de 7,9% e extração de minerais metálicos de 0,7%. No sentido contrário, o destaque ficou por conta do crescimento apresentado pelos setores de saneamento de 32%, comércio de 19,9% e bebidas de 14,9%. Os valores já consideram a migração de consumidores do mercado regulado.

Consistente com o aumento do consumo de energia, a geração de energia no terceiro trimestre também aumentou cerca de 2% em relação a 2019. A produção das hidrelétricas aumentou 14,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A geração de energia eólica e solar fotovoltaica também cresceram 10% e 26,4%, respectivamente. Apenas as termelétricas diminuíram 36,2% entre julho e agosto.

Considerando apenas o mês setembro, o consumo e a geração de energia aumentaram 4% e 4,1%, respectivamente. De acordo com o boletim InfoMercado Mensal,  no mês, a produção somou 66.388 MW médios, com aumento em quase todas as fontes, exceto das usinas térmicas, que tiveram queda de 35,1%. As hidráulicas, por sua vez, apresentaram uma alta de 17,2%.

Os ambientes de comercialização regulada e livre apontaram crescimento de 1,4% e 10%, respectivamente. Ao se excluir o efeito da migração dos consumidores, o ACR apresenta aumento de 3,8% e o ACL demonstra elevação de 4,7%.

A principais variáveis que influenciaram o crescimento foram a produção industrial medida pelo IBGE, que registrou alta de 2,6% em relação ao mês de agosto e as temperaturas máximas que estiveram acima do verificado no mesmo período em 2019 na maior parte dos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul.

Fonte: Canal Energia