A 39 dias da mudança de regulamentação para o regime de transição imposto pelo novo marco legal, o Rio Grande do Sul atingiu a marca de 1,6 gigawatt (GW) de potência instalada em geração de energia solar. O avanço de 52,3% na comparação como 1,05 GW de 2021 foi fruto de investimentos que somaram R$ 3,7 bilhões até novembro de 2022, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), que também identifica um aumento da demanda nas últimas semanas ainda não contabilizados no balanço.
Terceiro no ranking nacional de energia fotovoltaíca, o Estado responde por 10,9% da geração no país. Com 234.295 unidades consumidoras (UCs) recebendo créditos – alta de 70% na relação com as 137.717de 2021 – em 11 meses passaram a operar 96.578 novas instalações em nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos gaúchos. Ou seja, aqueles são consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz em razão da instalação dos painéis solares.
A coordenadora estadual da Absolar no RS, Mara Schwengber, destaca que o crescimento é essencial para a diversificação da matriz energética nacional e traz desenvolvimento social, ambiental e econômico, o que também reduz a pressão sobre os recursos hídricos no país. Ela informa que, desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Rio Grande do Sul a atração de mais de R$ 8,8 bilhões em investimentos, 48,1 mil empregos e a arrecadação de R$ 2,6 bilhões aos cofres públicos.
Ela cita um estudo, intitulado “Contribuições da geração própria de energia solar na redução da conta de luz de todos os brasileiros”, que traça cenários futuros com as projeções de redução das tarifas de energia elétrica para todos os consumidores, a partir da inserção dos sistemas solares distribuídos, nas áreas urbanas e rurais.
Em relação ao custo da energia elétrica no país, rateado e pago por todos os consumidores, o crescimento da geração distribuída solar representará o barateamento de R$ 34 bilhões nos valores repassados aos consumidores. Isso proporcionará uma redução de 2,2% nas tarifas de energia elétrica na próxima década.
— Atualmente, o RS é um importante centro de desenvolvimento da energia solar. A tecnologia fotovoltaica representa enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas — comenta.
De acordo com a dirigente está em curso uma mudança do perfil dos investidores no setor. Mesmo que as residências continuem no topo da participação em potência instalada no RS (47,2%), seguidas pelos comércios (25,5%), as instalações em propriedades rurais despontam na terceira colocação em representatividade (18,2%) e respondem pela demanda mais aquecida, argumenta Mara.
Fonte: GaúchaZH.
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