Lançado em meia à pandemia para possibilitar o pagamento do auxílio emergência, o Caixa Tem deve se tornar uma subsidiária independente da Caixa Econômica Federal e ter ações negociadas em bolsa. O projeto foi comunicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em uma conversa com investidores estrangeiros, Paulo Guedes revelou que o governo brasileiro criou um banco digital em plena pandemia ao digitalizar 64 milhões de pessoas para pagar o auxílio emergência. Disse também, que muitas dessas pessoas não tinham conta em instituições financeiras antes disso. Por isso, devem ser fiéis ao banco que lhes deu essa oportunidade.
Na ocasião, o ministro fez o seguinte questionamento: “Quando vale um banco com 64 milhões de pessoas?”. “Estamos planejando um IPO desse banco digital que nós produzimos em menos de seis meses”, disse Guedes, sem dar detalhes sobre o processo.
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federa, já havia comentado ter planos para o Caixa Tem. Para ele, tendo feito mais de 300 milhões de transações, o aplicativo já representa um dos maiores bancos digitais do mundo, e ainda deve crescer nos próximos meses com a oferta de serviços.
Além disso, o presidente da Caixa não esconde o interesse na oportunidade do mercado de capitais, tanto que pretende fazer o IPO da Caixa Seguridade ainda em 2020. O mercado já demonstrou interesse nesses IPOS e reagiu bem à declaração do ministro Paulo Guedes.
“O investidor tem interesse nesse mercado de contas e bancos digitais”, explicou Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos. Ela também comenta que o Caixa Tem pode ter uma avaliação financeira parecida a do Nubank. A fintech ainda não fez um IPO, mas é avaliada em R$ 4 milhões.
Impasse: fraudes
Todavia, há um entrave para os planos de crescimento do Caixa Tem: o alto volume de fraudes constatadas no aplicativo. Diversas pessoas tiveram o auxílio emergencial desviado por hackers. Ultimamente, ocorreram reclamações de brasileiros que acessaram o Caixa Tem para fazer o saque emergencial do FGTS, mas descobriram que o recurso já teria sido usado.
O problema resultou no bloqueio de algumas contas do Caixa Tem e está sob investigação da Polícia Federal. A corporação comunicou que avalia se essas fraudes são estruturadas e derivam da autuação de organizações criminosas.
A Caixa informou que vários mecanismos têm sido constantemente implementadas pela instituição para conter as ações fraudulentas.
Fonte: Correio Brasiliense