O Brasil tornou-se o quinto maior produtor de energia solar do mundo, saltando da 9ª posição que ocupou em 2020. O país conta atualmente com cerca de 13 GW: as novas adições (5,5 GW) foram puxadas principalmente pela geração distribuída (4 GW), quando os painéis fotovoltaicos são instalados no local em que a energia será consumida. O setor residencial foi responsável pela maior parte das contratações (77,4%).

Os dados são do relatório REN21, lançado globalmente na última semana. O levantamento compila as informações mais precisas disponíveis sobre investimentos em energias renováveis em todos os países do mundo. Segundo o documento, a energia solar distribuída cresceu no Brasil impulsionada, principalmente, por aumento geral dos preços da eletricidade em decorrência da crise hídrica que impactou a capacidade hidrelétrica do país.

Apesar da lenta recuperação dos impactos da pandemia nos países na América Latina, a captação de energia solar fotovoltaica continuou a crescer em toda a região. Os quatro países com melhor desempenho em capacidade recém-instalada foram: Brasil (5,5 GW), México (1,8 GW), Chile (1,3 GW) e Argentina (0,2 GW).

Além da geração elétrica fotovoltaica, o mercado brasileiro manteve-se como um dos mais importantes para sistemas de aquecimento solar de água, com uma alta de 28% das vendas neste segmento no ano passado. Apesar disso, o país caiu da quarta para a quinta colocação devido ao avanço dos EUA neste segmento, que passou de quinta para segundo do mundo em apenas um ano.

No setor eólico, o Brasil está atrás apenas de China e Estados Unidos, um segmento que deve sua expansão principalmente ao destravamento de investimentos offshore (em alto mar) em quase todas as geografias, inclusive no Brasil

Energia renovável

O último ano foi especial para as energias renováveis em seu conjunto, quando elas responderam por 84% das novas adições de energia na rede global, o maior percentual desde 2011, quando a medição começou a ser feita. Foram 315 GW de energia renovável nova no mundo, o suficiente para abastecer todos os consumidores domésticos do Brasil.

A China se tornou o primeiro país a ultrapassar 1TW de capacidade de energia renovável instalada, muito à frente de EUA (398 GW), Brasil (160 GW), Índia (158 GW) e Alemanha (139 GW). O país asiático lidera em quase todos os segmentos renováveis e também foi o que mais investiu como um todo no setor – 37% do total global, à frente da Europa (22%), Ásia-Oceania (sem China e Índia; 16%) e os EUA (13%).

Crescimento

Apesar do crescimento, o relatório alerta que o nível de novas adições de energia renováveis ainda está abaixo do necessário para atingir a meta do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de 1,5C. Segundo o roteiro estabelecido pela Agência Internacional de Energia para o cumprimento da meta, o mundo precisa triplicar a adição anual de renováveis para estar na trilha para alcançar emissões zero até meados do século.

Custo

A queda no custo das tecnologias para instalação de projetos solar e eólicos foi um dos elementos que contribuíram para sua rápida expansão na última década e marcaram, inclusive, a resiliência do setor durante a pandemia. Em 2021, entretanto, os preços de componentes-chave para a fabricação de módulos solares fotovoltaicos e turbinas eólicas dispararam devido, principalmente, ao aumento no custo do transporte, à escassez de mão-de-obra e a atrasos na cadeia de fornecimento.

Segundo o REN21, os preços para acordos de compra de energia subiram em várias regiões e países, e os principais fabricantes de turbinas eólicas fora da China aumentaram seus preços em 20% em comparação com 2020. No mercado Chinês, a história é outra: os preços das turbinas caíram mais de 25% por causa da concorrência entre fornecedores.

Apesar do aumento dos preços dos equipamentos na maior parte do mundo, o custo médio global das energias solar fotovoltaica e eólica onshore e offshore ficou estável, diz o levantamento. Isso se explica principalmente pelo aumento da capacidade de geração das novas plantas (mais produção por dólar gasto).

Como muitos projetos concluídos em 2021 tiveram seus contratos de aquisição de turbinas e módulos assinados em anos anteriores, o peso dos novos custos deverá ser sentido a partir deste ano.

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