A empresa de pesquisa BloombergNEF (BNEF), certificou o que já era notável pelo mercado: a pandemia de Covid-19 impactou os investimento em energia renovável nas economias emergentes em 2020.

Por enquanto, a BNEF ainda não possui os dados consolidados de 2020, mas pela primeira vez desde 2016, a empresa “registrou trimestres nos quais os fluxos de capital em mercados desenvolvidos excederam os fluxos em mercados em desenvolvimento”.

Em resumo, o fluxo de capital estrangeiro, que anteriormente estava em busca de oportunidades de investimentos em países emergentes, agora se fixa em mercados mais seguros. “Embora a Covid-19 não seja o único fator em jogo a impactar estes números, a inclinação e consistência da queda ao longo dos três trimestres de 2020 sugerem que os números deste ano cairão acentuadamente em relação a 2019”, disse a BNEF.

“A Covid-19 impactou praticamente todos os aspectos da economia global, mas o abalo nos mercados emergentes tem sido particularmente grave. Para manter suas economias ‘respirando’, os governos de vários destes mercados ampliaram seus gastos e, como resultado, tomaram mais empréstimos; agora veem suas moedas desvalorizadas e seus ratings de dívida soberana rebaixados. A ‘chuva densa’ de investimento em energia limpa vinda do exterior não passa, agora, de uma ‘garoa fina’”, pontuou a BNEF.

A expectativa de crescimento das energias renováveis nas economias emergentes era muito alta no final do último ano. De acordo com a consultoria, as economias emergentes representaram 58% (US$ 144 bilhões) dos US$ 249 bilhões em financiamento de ativos investidos em capacidade de energia limpa em larga escala no mundo todo, em 2019. A energia solar está se tornando universal.

Ainda segundo informações da BNEF, o aumento registrado em 2019 foi fomentado pela competitividade de custo dessas tecnologias renováveis em comparação a energia produzida a partir de combustíveis fósseis.