No último ano, os investimentos no país atingiram US$ 1,9 bilhão, valor superior aos 283,8 milhões que foram investidos no ano anterior. Durante os últimos 10 anos, o total de operações chineses no Brasil atingiu US$ 55 bilhões, num total de 83 operações.

A maioria dos investimentos realizados pelos chineses no país está concentrada em áreas de energia e infraestrutura, consequência do interesse estratégico da potência mundial em expandir suas operações nos países da América Latina.

Cautela

Apesar de haver ocorrido uma recuperação no fluxo de investimentos da China para o Brasil, a relação entre os países passou por períodos conturbados a partir do avanço de Jair Bolsonaro à Presidência da República.

No período da campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro afirmou que os chineses estavam “comprando o Brasil”. E, também defendeu o distanciamento de países socialistas.

Perante a importância da relação com a China, o principal parceiro comercial com o Brasil, Bolsonaro utilizou o Hamilton Mourão, vice-presidente, para acalmar os ânimos com a potência mundial. Mourão visitou o país em uma viagem simbólica.

Logo depois, Bolsonaro aterrissou na China para oficializar a aproximação. Encontrou-se com o presidente chinês Xi Jinping e convidou empresas do país para estarem presentes no megaleilão do pré-sal, que ocorreu no mês seguinte.

2020, em busca de desenvolvimento

No decorrer da realização da reunião do BRICS – grupo formado por Brasil, Índia, China, África do Sul e Rússia-, em Brasília, o governo chinês revogou um acordo que determina investimentos de US$ 100 bilhões no Brasil. Dinheiro com origem de cinco fundos estatais do país asiático, visando operações de infraestrutura.

Ao mesmo tempo, a previsão é de que a economia brasileira cresça mais em 2020, cerca de 2,28% segundo o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Ainda assim, as contas públicas ainda estão em frangalhos, sem espaço para investimentos públicos em infraestrutura.

Para 2020, o setor de infraestrutura trará novas oportunidades a investidores nacionais e estrangeiros. A União estima que o leilão de 40 a 44 ativos some R$ 101 bilhões em investimentos nos próximos anos. O pacote, que tem sido apresentado para investidores estrangeiros, inclui rodadas de 7 rodovias, 2 ferrovias, 9 terminais portuários e 22 aeroportos