Um dos assuntos do momento é o PIX, que iniciou sua fase de cadastros no último dia 5. Desde então, os bancos estão em uma espécie de “corrida” pelas chaves.

O novo meio de pagamento eletrônico instantâneo criado pelo Banco Central irá entrar em vigor no dia 16 de novembro e irá possibilitar que os brasileiros enviem e recebam dinheiros 24 horas por dia, sete dias por semana e de forma gratuita.

Para as pessoas jurídicas, a instituição financeira poderá fazer a cobrança de taxas, porém, com preços bem abaixo do que cobrado dos atuais TEDs e DOCs.

Para utilizar os benefícios da novidade, basta cadastrar uma chave PIX com dados como CPF, e-mail ou número de celular que substituirão sua agência e conta.

Mas fica o questionamento, se os bancos aparentemente não irão lucrar, por que eles estão em buscas das chaves?

  • Perda de receitas e clientes

Se por um lado o PIX promete trazer diversos benefícios para as pessoas físicas, de outra forma, as instituições financeiras tradicionais podem sair perdendo.

Se eles já estavam sofrendo com o grande número de bancos digitais e suas taxas mais baixas, o Pix coloca de vez os bancos tradicionais e as fintechs em igualdade para competir com os clientes.

Outra questão que deixa os bancos preocupados é a questão da queda nas receitas vindas de tarifas de TED e DOC. De acordo com a agência de classificação de risco Moody’s, as instituições financeiras devem sofrer uma queda de ate 8% no faturamento oriundo de tarifas após a implantação do PIX.

Segundo dados de um levantamento feito pela consultoria Brain & Company, os bancos podem perder até R$ 1 bilhão com o fim das transferências até o ano de 2025. Ainda que o valor não seja tão alto em comparação aos lucros bilionários dessas companhias, ninguém quer perder dinheiro, nem clientes.

Por isso, os bancos estão em buscas das chaves PIX.

Afinal de contas, mesmo que o banco não lucre com as transações das pessoas físicas pelo novo serviço, ele acaba ganhando de formas relacionadas, com a contratação de outros produtos, por exemplo.

  • Desbancarização

A evolução nos pagamentos é inevitável e o processo de desbancarização já está acontecendo. As instituições financeiras devem estar abertas às novas maneiras de encarar o mercado. O PIX é o primeiro passo para os bancos do país explorarem a transformação digital.

Hoje, 45 milhões de brasileiros possuem contas bancários e movimentaram um total de R$ 817 bilhões por ano.

  • Golpes no cadastro do PIX

A alta demanda para realizar o cadastro na plataforma mobilizou golpistas a usarem técnicas de roubo de dados para enganar os clientes e terem acesso às contas das vítimas. Apenas a empresa de segurança digital Kaspersky, encontrou mais de 60 sites falsos.

As técnicas mais recorrentes são:

  • Instalação de malwares nos computadores e celulares;
  • Promoções falsas para coleta de dados;
  • Indução da entrega de informações em cadastro falso.

Os golpes podem chegar através de sites, SMS, e-mail, WhatsApp e até redes sociais.

Para escapar de qualquer tipo de golpe a recomendação do Banco Central é que o usuário apenas realiza o cadastramento de chaves PIX através das plataformas dos bancos ou financeiras.

Fonte: Como Investir