Quando Anitta assumiu o controle da própria carreira em 2014, demitindo a empresária, a artista deu um chacoalho no mundo da música.
Ela estava trazendo para si a estratégia artística e as operações administrativas. Na época, a cantora tinha 22 anos e já falava em conquistar o mundo depois de ter estourado no Brasil com a música Show das Poderosas, de 2013.
De lá para cá, foi hit atrás de hit e a artista deixou mais claro a intenção de fazer carreira internacional. Quase 10 anos – e muitas parcerias depois – a música Envolver, cantada em espanhol, alcançou a quinta posição como música mais ouvida no mundo no aplicativo Spotify.
Até agora, nenhum artista brasileiro tinha ficado com alguma faixa no TOP 10 mundial do aplicativo. Dentro do Youtube, o clipe já tem mais de 66 milhões de visualizações.
Junto do hit, a coreografia do clipe arrebatou da cantora Miley Cyrus à apresentadora brasileira Ana Maria Braga.
No início de fevereiro, a cantora se apresentou no programa Tonight Show, de Jimmy Fallon, marcando ainda mais a entrada no mercado dos Estados Unidos. No ano passado, a cantora já tinha anunciado a compra de uma mansão em Miami.
Ao longo da carreira da artista, algumas decisões explicam como ela chegou ao sucesso visto neste ano de 2022. Veja abaixo cinco lições de marketing testadas por Anitta para sua empresa. E para você.
Objetivos claros
Desde o início da carreira, Anitta diz que sempre sonhou em chegar a uma posição internacional. Para assessora de imprensa do setor cultural e pesquisadora musical Mirella Duarte, essa objetividade fez diferença para a artista.
“Ela sempre teve um objetivo fixo. Sempre teve o objetivo de ser artista internacional. Com isso, ela traçou planos e métodos para não ficar tão enraizada na cultura brasileira. Quais são os símbolos mais fortes que ela poderia usar dentro da identidade dela que poderiam ser assimilados por qualquer gringo?! Ela conseguiu usar isso”, aponta Mirella.
Já o produtor musical Léo Casa 1, dono do selo Rap Box, de música urbana, entende que existe também uma determinação muito forte na personalidade de Anitta.
“Não é de hoje que ela tá na estrada, não é? São quase 15 anos. Ela ralou bastante para chegar onde chegou. Além disso, o investimento na carreira dela mesmo. Ela foi evoluindo, aprendendo a cada vez mais coisa. Cada dia tem mais concorrência. Não basta só qualidade, tem que ter algum diferencial, autenticidade”.
Experimentar e testar
O início da carreira da cantora foi dentro do funk, na produtora Furacão 2000. Na época, em 2010, Anitta atendia pelo nome de MC Anitta, mas isso durou pouco. Logo a cantora que é “batizada” como Larissa Machado tirou a sigla MC. A mudança aconteceu principalmente quando a artista decidiu lançar músicas com um gênero mais pop, em vez do funk.
“Nós vivemos uma era que a internet estimula que os artistas continuem experimentando. Ela rompeu isso no começo da carreira, e não tem vergonha nenhuma em conquistar novos públicos. É preciso mesmo ser fiel ao mesmo público e estilo inicial num mundo globalizado?”, questiona a pesquisadora musical Mirella Duarte. “Ela se abriu mais para experimentações há quatro, cinco anos, quando ela já tinha repercussões e parcerias musicais. Ela não tem medo de experimentar.”
Um exemplo desses testes de estilos que Anitta tem feito pode ser visto ao se observar as últimas músicas lançadas pela cantora. Em Boys Don’t Cry, a pegada é um pop rock. Em Girl From Rio, ela usa um quê de bossa nova. Já em Envolver, a música hit do momento, o ritmo é o reggaeton.
“Ela sabia as batidas em evidência, e deu passos com parcerias que não seriam areia movediça. O que deu certo, deu certo e o que não deu ela conseguiu abafar”, acrescenta Mirella.
Atenção às tendências
Essa atenção às tendências destacada por Mariana Farias também é apontada por Mirella Duarte. Além de não ter medo de testar os estilos, Anitta aposta de um jeito certeiro porque acompanha tendências, na visão dos especialistas de dentro do cenário musical ouvidos pela Exame.
“Com as parcerias, ela faz uma cocriação e identifica pessoas que já tenham um público que ela quer alcançar, expandindo a rede. O funk já tem vários elementos que se associam com o rap, o hip hop… Ela usou aquele jeito de ostentação e malandragem do funk para se aproximar também do rap e hip hop internacionalmente. Assim você aproxima mais ainda pessoas com públicos similares e no mínimo tem um alcance melhor”, pontua Mirella.
A estratégia da produtora de Léo Casa 1 tem seguido um caminho parecido. “O que a gente mais fez nos anos que passaram, de pandemia, foi testar modelos. No nosso canal de rap, temos testado de tudo. Música eletrônica, voz e violão… Parece que às vezes tem uma onda, mas as eu sempre acho que vale apostar também no sentido contrário porque quando acerta a chance de sucesso é enorme”, conta o empresário.
Storytelling
Já não é de hoje que marcas precisam contar boas histórias para se conectar mais com o público. No caso da Anitta, ela sabe que sua vida pessoal e os rumos da carreira também são alvo de atenção.
Para a professora Mariana Farias, ela consegue administrar bem quais informações soltar, controlando a narrativa, gerando curiosidade no público e alimentando os fãs nas redes sociais.
“Ela sabe que nos Estados Unidos as pessoas amam a NFL. No outro dia, o nome dela tava nas manchetes, e confirmando que ela realmente estava saindo com um jogador. Ela é boa em criar boas histórias”, diz Mariana.
Agilidade
A versatilidade e capacidade de adaptação de Anitta ganham mais força quando tudo é feito com rapidez. Para a professora do Mackenzie Mariana Farias, esse modelo é o das lean startups, metodologia para empresas enxutas que focam em lançamentos de produtos e soluções de forma ágil.
“Ela lança as coisas muito rápido, entende muito bem o que o público precisa e vai se adaptando e ajustando no caminho. As artistas pop seguem muito bem isso”, explica.
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Fonte: Exame.
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